TRANSFORMAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA - UMA NECESSIDADE PERCEBIDA.
“Após uma etapa de crescimento, algumas sociedades humanas entram em colapso, pela perda do poder criador das minorias dirigentes que, à mingua de vitalidade, perdem a força mágica de influir sobre as massas criadoras e de atraí-las.” (Arnold Toynbee).
“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova” (Gandhi).
Diante da corrupção generalizada, nas últimas duas décadas, e ante a falta de ação das autoridades constituídas, fruto da omissão, de conluios passados e da impunidade, têm prosperado no Brasil a degradação dos valores tradicionais da nossa democracia, com o desrespeito sistemático aos patrimônios público e privado, e o aumento da corrupção endêmica.
A ausência de reação da sociedade brasileira deixa a impressão de que ninguém se importa com o que vem acontecendo no país e que não existem autoridade e comprometimento dos poderes constituídos.
É importante ressaltar que o que está ao nosso redor não determina o que vemos: quem faz isso é o nosso interior, através de paradigmas, experiências, dogmas e a conjuntura que vivenciamos.
Quem você é determina o que você vê e a forma como você pensa, fala e age, e assim, também, o grupo e o ambiente em que se vive. A proximidade reforça a semelhança.
Daí dois questionamentos:
Como o seu grupo social está enxergando o Brasil hoje?
E os demais grupos da sociedade brasileira como estão enxergando o Brasil hoje?
O que não já faz parte do nosso interior ou do interior do nosso grupo não nos perturba. Quando as pessoas se sentem atingidas de alguma forma e revidam, é porque algo repercutiu em seu interior ou no interior do seu grupo. Elas sentem algo negativo dentro de si mesma o do seu grupo.
Então o que fazer para que a sociedade brasileira deixe a letargia com que se habituou a conviver com as questões nacionais e se sinta atingida pelo atual momento político e social do país?
Somente fazendo os fatos repercutirem no interior da nossa sociedade, e não fora dela, haverá uma reação.
Com o agravamento da situação política e social no Brasil torna-se indispensável a descoberta de um Ponto de Ruptura, a fim de possibilitar uma transformação que faça com que uma mudança (Social e política), radical, seja esperada, e com o passar do tempo aconteça e vire numa certeza para nossa sociedade.
Quando a sociedade esta satisfeita, raramente surge suficiente motivação para mudar. Muitas vezes não há se quer um imperativo de mudança percebido e as pessoas costumam ficar tão profundamente voltadas para suas necessidades que não se elevam acima dos seus interesses próprios, esquecendo-se das suas responsabilidades sociais e políticas.
O limite entre a resistência e a concordância com a transformação social e política pretendida pode ser mais tênue do que se parece. Para que ela realmente aconteça, entretanto, é preciso convencer um grande número de pessoas a agir em Defesa do Estado Democrático de Direito e da Sociedade.
Na era da informação simplesmente nos esquecemos de grande parte do que lemos e do que vemos, criando um problema para a retenção das ideias transmitidas, por isso, a mensagem tem que ser simples e direta, para que o público alvo se sinta confiante, e em seguida apresentada mais complexa. A técnica hostil aterrorizando o público alvo não funciona, portanto não deve ser utilizada. O sucesso esta na qualidade intrínseca das ideias que apresentamos.
O objetivo é vender uma ideia, devendo começar pelas ideias mais simples, para que o grupo social se sinta confiante. As ideias precisam ter a capacidade de se manter em nossa memória e nos fazer pensar, falar e agir.
Empatia é a habilidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa ou grupo imaginando-se nas mesmas circunstâncias, se colocar no lugar do outro, enxergar com os olhos do outro, sentir o que o outro sente.
Criar empatia é imitar as emoções dos outros como um meio de expressar apoio e cuidado, e como forma de comunicação. A formação de grupos empáticos ajudaria a realizar a transformação social e política no Brasil.
As pessoas, na sociedade brasileira, estão interessadas em poucas áreas das atividades políticas e sociais, a vinculação com o todo social e político do nosso país é feito por uma minoria elitizada, quer por seu preparo intelectual, quer por sofrer uma influência ideológica. Essa elite tem o poder e a competência de desencadear uma transformação social e política no Brasil.
A atividade política marcada pela relação sociedade, partidos políticos, executivo e legislativo da mostra de estar chegando ao fim, a lógica política vem sendo superada pela ação crítica da sociedade através das redes de informação e sociais que não respeitam limites ou hierarquias, e avançam numa velocidade que o Estado não consegue acompanhar e dar respostas apropriadas.
Entramos numa nova dialética política e social, ingressamos numa nova era. Uma era em que as redes de informação e social superarão antigos paradigmas e assim a mensagem transformadora será capaz de estimular pessoas e grupos a pensarem, a atuarem e a iniciarem mudanças sociais, ponto primeiro da necessária transformação social e política no Brasil.
Se quisermos realmente que uma Transformação (Social e política) aconteça no Brasil, precisaremos aproveitar as oportunidades, e romper com o passado, e ter mentalidade, habilidades políticas e sociais novas. Esta realização requer que, nos indivíduos e grupos sociais, exista comprometimento com a causa, motivação para o sucesso, e vontade.
Niterói, 18/07/2011
General de Exército na reserva - CARLOS ALBERTO PINTO SILVA - ex-comandante de Operações Terrestres (COTer), do Comando Militar do Sul, e do Comando Militar do Oeste.
“Após uma etapa de crescimento, algumas sociedades humanas entram em colapso, pela perda do poder criador das minorias dirigentes que, à mingua de vitalidade, perdem a força mágica de influir sobre as massas criadoras e de atraí-las.” (Arnold Toynbee).
“Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova” (Gandhi).
Diante da corrupção generalizada, nas últimas duas décadas, e ante a falta de ação das autoridades constituídas, fruto da omissão, de conluios passados e da impunidade, têm prosperado no Brasil a degradação dos valores tradicionais da nossa democracia, com o desrespeito sistemático aos patrimônios público e privado, e o aumento da corrupção endêmica.
A ausência de reação da sociedade brasileira deixa a impressão de que ninguém se importa com o que vem acontecendo no país e que não existem autoridade e comprometimento dos poderes constituídos.
É importante ressaltar que o que está ao nosso redor não determina o que vemos: quem faz isso é o nosso interior, através de paradigmas, experiências, dogmas e a conjuntura que vivenciamos.
Quem você é determina o que você vê e a forma como você pensa, fala e age, e assim, também, o grupo e o ambiente em que se vive. A proximidade reforça a semelhança.
Daí dois questionamentos:
Como o seu grupo social está enxergando o Brasil hoje?
E os demais grupos da sociedade brasileira como estão enxergando o Brasil hoje?
O que não já faz parte do nosso interior ou do interior do nosso grupo não nos perturba. Quando as pessoas se sentem atingidas de alguma forma e revidam, é porque algo repercutiu em seu interior ou no interior do seu grupo. Elas sentem algo negativo dentro de si mesma o do seu grupo.
Então o que fazer para que a sociedade brasileira deixe a letargia com que se habituou a conviver com as questões nacionais e se sinta atingida pelo atual momento político e social do país?
Somente fazendo os fatos repercutirem no interior da nossa sociedade, e não fora dela, haverá uma reação.
Com o agravamento da situação política e social no Brasil torna-se indispensável a descoberta de um Ponto de Ruptura, a fim de possibilitar uma transformação que faça com que uma mudança (Social e política), radical, seja esperada, e com o passar do tempo aconteça e vire numa certeza para nossa sociedade.
Quando a sociedade esta satisfeita, raramente surge suficiente motivação para mudar. Muitas vezes não há se quer um imperativo de mudança percebido e as pessoas costumam ficar tão profundamente voltadas para suas necessidades que não se elevam acima dos seus interesses próprios, esquecendo-se das suas responsabilidades sociais e políticas.
O limite entre a resistência e a concordância com a transformação social e política pretendida pode ser mais tênue do que se parece. Para que ela realmente aconteça, entretanto, é preciso convencer um grande número de pessoas a agir em Defesa do Estado Democrático de Direito e da Sociedade.
Na era da informação simplesmente nos esquecemos de grande parte do que lemos e do que vemos, criando um problema para a retenção das ideias transmitidas, por isso, a mensagem tem que ser simples e direta, para que o público alvo se sinta confiante, e em seguida apresentada mais complexa. A técnica hostil aterrorizando o público alvo não funciona, portanto não deve ser utilizada. O sucesso esta na qualidade intrínseca das ideias que apresentamos.
O objetivo é vender uma ideia, devendo começar pelas ideias mais simples, para que o grupo social se sinta confiante. As ideias precisam ter a capacidade de se manter em nossa memória e nos fazer pensar, falar e agir.
Empatia é a habilidade de compreender o sentimento ou reação da outra pessoa ou grupo imaginando-se nas mesmas circunstâncias, se colocar no lugar do outro, enxergar com os olhos do outro, sentir o que o outro sente.
Criar empatia é imitar as emoções dos outros como um meio de expressar apoio e cuidado, e como forma de comunicação. A formação de grupos empáticos ajudaria a realizar a transformação social e política no Brasil.
As pessoas, na sociedade brasileira, estão interessadas em poucas áreas das atividades políticas e sociais, a vinculação com o todo social e político do nosso país é feito por uma minoria elitizada, quer por seu preparo intelectual, quer por sofrer uma influência ideológica. Essa elite tem o poder e a competência de desencadear uma transformação social e política no Brasil.
A atividade política marcada pela relação sociedade, partidos políticos, executivo e legislativo da mostra de estar chegando ao fim, a lógica política vem sendo superada pela ação crítica da sociedade através das redes de informação e sociais que não respeitam limites ou hierarquias, e avançam numa velocidade que o Estado não consegue acompanhar e dar respostas apropriadas.
Entramos numa nova dialética política e social, ingressamos numa nova era. Uma era em que as redes de informação e social superarão antigos paradigmas e assim a mensagem transformadora será capaz de estimular pessoas e grupos a pensarem, a atuarem e a iniciarem mudanças sociais, ponto primeiro da necessária transformação social e política no Brasil.
Se quisermos realmente que uma Transformação (Social e política) aconteça no Brasil, precisaremos aproveitar as oportunidades, e romper com o passado, e ter mentalidade, habilidades políticas e sociais novas. Esta realização requer que, nos indivíduos e grupos sociais, exista comprometimento com a causa, motivação para o sucesso, e vontade.
Niterói, 18/07/2011
General de Exército na reserva - CARLOS ALBERTO PINTO SILVA - ex-comandante de Operações Terrestres (COTer), do Comando Militar do Sul, e do Comando Militar do Oeste.