RESUMO DO LIVRO "O PONTO DA VIRADA" DE MALCOLM
GLADWELL
Malcolm
Gladwell é colunista do jornal The New Yorker e escreveu três livros que
alcançaram um grande sucesso de vendas: The tipping point (O ponto da virada),
Blink (A decisão num piscar de olhos) e Outliers (Fora de série).
No
livro “O ponto da virada”, Gladwell quer responder à seguinte questão: Por que
alguns comportamentos, produtos e ideias se espalham como epidemias e outros
não? Seria possível controlar intencionalmente tais processos?
O
autor parte da seguinte ideia: a melhor maneira de compreender o fluxo e
refluxo das tendências sociais é pensá-las como epidemias. Ideias, produtos,
mensagens e comportamentos se espalham como vírus.
Para
provocar uma transformação profunda nas crenças e no comportamento das pessoas
– uma Transformação Social e Política – é necessário criar em torno delas uma
comunidade em que esses valores possam ser praticados, manifestados e nutridos.
O
mundo, por mais que queiramos, não corresponde àquilo que nossa intuição nos
diz. As pessoas que têm sucesso na criação de uma epidemia social testam sua
forma de ver as coisas e a adaptam para que a inovação possa se assimilada e
disseminada.
Sofremos
uma influência extrema do meio em que vivemos e da personalidade e do
comportamento das pessoas que nos cercam. Nossas convicções mais íntimas e o
verdadeiro conteúdo dos nossos pensamentos são menos importantes na orientação
de nossas ações do que o contexto imediato em que se dá nosso comportamento.
Ponto
da Virada é justamente o momento em que pequenas mudanças entram em ebulição,
fazendo com que uma tendência ou um comportamento dê uma guinada e se alastre.
Ou se acabe.
Alcançar
o Ponto da Virada é tentar mudar nosso público em algum aspecto, pequeno, porém,
crítico: pretendemos contaminá-lo, arrebatá-lo com nossa epidemia, fazer com
que ele passe da hostilidade para a aceitação.
Três
“agentes de mudança” explicam o processo de contágio que origina uma epidemia: a Regra dos Eleitos, o Fator de Fixação e o
Poder do Contexto.
A Regra dos Eleitos explica como algumas pessoas com características
particulares (sociabilidade, entusiasmo, energia, conhecimento e influência)
são capazes de transmitir ou espalhar uma novidade, criando uma tendência.
A era
da informação criou um problema de Fixação. O Fator de Fixação explica como uma mensagem pode conter elementos
inovadores, é, também, aquela característica da mensagem que a torna memorável
e inesquecível, ampliando a intensidade do seu impacto. Nas epidemias, o
mensageiro é fundamental: é ele que faz alguma coisa se disseminar. Porém, o
conteúdo da mensagem também é importante. E o aspecto específico necessário ao
seu sucesso é a ‘fixação’.
As
ideias precisam ter a capacidade de se manter em nossa memória e nos fazer
agir. A mensagem deve ser algo tão simples de lembrar que, de fato, consiga
promover uma mudança. Deve ser capaz de estimular alguém a agir. A técnica
agressiva aterrorizando as pessoas na maioria das vezes não funciona. O impacto
que causamos em alguém está na qualidade inerente das ideias que apresentamos. A
dificuldade não é fazer a mensagem chegar ao destinatário. É conseguir que ele
pare, leia, lembre-se dela e aja.
O Poder
do Contexto explica como as pessoas são profundamente influenciadas pelo
ambiente, o que também contribui para a criação de tendências. O Poder do
Contexto é a constatação de que as epidemias são sensíveis às condições e
circunstâncias do tempo e do lugar em que ocorrem.
O
comportamento é uma função do contexto social, mas há momentos, lugares, e
condições que grande parte da influência do contexto pode ser anulada.
A
Regra dos Efeitos diz que existem pessoas excepcionais capazes de iniciar
epidemias. Basta encontrá-las. A
lição sobre fixação é a mesma. Há uma forma simples de embalar uma informação que,
nas circunstanciais certas, torna-se irresistível. É só descobrir qual é.
Segundo
a Regra dos Eleitos, as epidemias são geradas por “pessoas dotadas de um
conjunto raro e particular de talentos sociais.” Essas pessoas podem ser
classificadas como: “Comunicadores,
Experts e Vendedores”.
Os Comunicadores são aqueles “com um talento especial para reunir
pessoas” ou “com um talento extraordinário para fazer amigos e conhecidos.” A
importância dos Comunicadores não está apenas na quantidade de pessoas que
conhecem, mas também na diversidade. Para o autor, “a capacidade de circular
entre muitas áreas tem origem em algo intrínseco à sua personalidade – uma
combinação de curiosidade, autoconfiança, sociabilidade e energia.” Acolhendo o
conceito do sociólogo Mark Granovetter sobre “a força dos laços fracos”, onde
se afirma que a melhor maneira de entrar em algum lugar é por meio de um
contato pessoal, os Comunicadores tornam-se socialmente poderosos e valiosos
porque têm muitos conhecidos em lugares diversos, o que amplia suas
oportunidades de acesso a mundos, lugares e ambientes aos quais não pertencem.
Assim
como os Comunicadores são especialistas em gente, os Experts são especialistas em informações. O Expert é o que
acumula conhecimento. Porém, “não são colecionadores passivos de informações.”
É aquele tipo de gente que quando descobre uma novidade valiosa, quer
difundi-la para que todos tirem proveito. Os Experts têm o conhecimento e as
habilidades sociais para iniciar epidemias de propaganda boca a boca. O que os
distingue, porém, não é tanto o que sabem, mas como passam adiante o que
conhecem. O fato de os Experts quererem ajudar simplesmente porque gostam de
fazer isso acaba sendo uma excelente maneira de chamar a atenção dos outros.
Entretanto,
a preocupação dos Experts é apenas a
de passar adiante uma informação relevante. Eles não estão preocupados em ser
convincentes, em persuadir. Numa
epidemia social, os Experts são os bancos de dados. Eles fornecem a mensagem. Os Comunicadores
são a cola social: eles a espalham. Entretanto, existe também um
conjunto seleto de indivíduos – os
Vendedores – capazes de nos convencer quando não acreditamos no que
estamos ouvindo.
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